A tecnologia digital evoluiu muito desde a virada do século, e seus efeitos no mundo da pesquisa e do estudo são bastante positivos. Gadgets, softwares e aplicativos têm permitido que estudantes e pesquisadores no mundo inteiro se organizem melhor, processem mais dados e aprofundem suas análises.
Dentre as principais inovações tecnológicas do período estão os tablets (segmento monopolizado pelos aparelhos da Samsung e da Apple) e o principal dispositivo de leitura do mercado, o Kindle, da Amazon. Mas qual seria o melhor para estudar ou até fazer pesquisa acadêmica?
A resposta é um tremendo “depende”. Em termos financeiros, o Kindle leva ampla vantagem, mesmo os aparelhos mais recentes e os de topo de linha. Os novos modelos básicos, de 11ª geração, variam de cerca de 500 reais até 900 reais. Enquanto isso, a linha iPad chega a variar entre 3.600 reais até 16.ooo. Já os tablets da Samsung possuem espectro mais amplo de preço, indo desde 800 até 7 mil reais, em média. Então, a diferença é enorme.
Para ler textos longos, o Kindle tem uma vantagem e tanto: ele é bastante leve, pesando em torno de 158 gramas (equiparável ao peso de um celular padrão). Além disso, a tela tem baixa luminosidade e não quebra com facilidade, devido aos materiais plásticos resistentes de que o aparelho é feito. Outra vantagem é a bateria, que pode durar semanas e até meses sem precisar de carregamento. E como esses aparelhos não dependem tanto de atualizações de sistema operacional, podem durar, se bem cuidados, por anos e anos. Alguns são até resistentes à água e à poeira.
Então, se for para viajar, por exemplo, ou se for para ler em ônibus ou metrô, minha preferência é o Kindle – não restam dúvidas. Ele é a sua biblioteca ambulante, seu livro de mil livros. Os novos modelos, com tecnologia de ponta, estão em promoção – confira aqui. Um deles está, pela primeira vez, disponível na cor verde.
Falando assim, parece que os tablets nem merecem consideração. Mas ledo engano. Os tablets podem ser mais pesados (cerca de 400 gramas), cansar mais a vista durante leituras longas, podem depender mais de atualizações e podem ser mais frágeis (um tombo forte e já era). Mas, por outro lado, eles possuem várias vantagens. Em primeiro lugar, eles aceitam qualquer aplicativo e-reader. Isso significa que você pode usar um iPad, por exemplo, para ler livros do Kindle e de qualquer outro fabricante.
Em segundo lugar, você pode ler perfeitamente um arquivo PDF. O Kindle até permite isso, mas a interface não é nem um pouco amigável. Com os tablets, a sensação é de ter nas mãos algo muito parecido com o papel.
Outra vantagem dos tablets diz respeito à sua plataforma, que é bem parecida com a de um celular ou computador. Os tablets permitem uma experiência plena de navegação, música, chamadas, produção de texto, streaming e muitas outras opções. Está tudo num só lugar. Muitos já vêm até com teclado como acessório, o que faz dele um pequeno laptop.

Em quarto lugar, a maioria dos novos tablets permite anotações nas telas, por meio de canetas que simulam extremamente bem a escrita no papel. No iPad, por exemplo, isso existe desde a 6ª geração, lançada em 2018. A escrita no tablet – a meu ver – revolucionou a maneira como estudamos. É possível com ela anotar artigos, comparar livros, registrar aulas e até transcrever conferências e palestras em tempo real. E, como os serviços de nuvem foram popularizados, tudo está disponível em todos os dispositivos.
Tablets também são ótimos para armazenar e analisar documentos, graças às telas LCD ou OLED, que podem ser mais brilhantes e coloridas, tornando-o mais atrativo para conteúdos gráficos, como PDFs com ilustrações ou artigos acadêmicos com imagens.
Os Kindles mais novos recentemente lançados nos Estados Unidos estão inovando ao colocar cores (coisa que não existe nos clássicos) e canetas. Mas essa transição (que os transforma em…tablets) não está pronta totalmente. Ainda é um tanto limitada. Eles não competem – por enquanto – os iPads ou os tablets da Samsung (vejamos como será no futuro).
Desta forma, se você for para a faculdade, o arquivo, a biblioteca ou qualquer outro lugar para fazer pesquisa, minha recomendação é que você use um tablet, devido a todas essas funcionalidades. Talvez o preço assuste muitos possíveis usuários. Mas lembre-se de que você não precisa comprar um novo. Em mercados como OLX e Facebook, é possível comprar tablets usados em ótimo estado e que ainda vão funcionar bem por alguns anos.
Mas e aí, é Kindle ou tablet?
Meio que sim! A escolha entre um Kindle e um tablet para estudo e pesquisa depende das necessidades, prioridades e hábitos de leitura e estudo de cada pessoa. O ideal, no melhor dos mundos, seria ter os dois. Mas se tiver que escolher entre um e outro, avalie qual a sua necessidade do momento. Que lugares você costuma frequentar? O quão desastrado você pode ser? Tudo isso conta na hora de escolher onde investir.
Kindle é a escolha ideal, especialmente para quem estuda textos extensos, como livros acadêmicos ou literatura. Busca versatilidade para leitura, anotações e pesquisa? O tablet se destaca, principalmente para quem precisa alternar entre textos, vídeos e outras mídias, ou deseja fazer anotações diretamente nos arquivos.